quinta-feira, 20 de agosto de 2009

CONTAS NA SUÍÇA - Sonegadores americanos em apuros

20 de agosto de 2009 N° 16068

EUA e principal banco suíço assinam acordo para liberação de dados sigilosos de 4.450 clientes

Os americanos que usam suas contas no UBS, o principal banco suíço, para não pagar impostos estão em maus lençóis. Após acordo assinado ontem, o governo da Suíça entregará dados confidenciais de 4.450 de clientes da instituição financeira à receita dos Estados Unidos, o Internal Revenue Service (IRS) – pondo fim a um mal-estar diplomático entre os dois países.Adecisão foi tomada para resolver uma longa disputa legal entre o banco e o IRS, que tentava quebrar o sigilo de 52 mil contas de americanos para identificar os sonegadores.

Depois de semanas de negociações, o IRS renunciou a adotar medidas unilaterais para obter as informações. As 4.450 que serão divulgadas são aquelas que o fisco dos EUA mais suspeitam que tenham ativos não-declarados.Doug Shulman, comissário do IRS, disse que essas contas, em dado momento, já tiveram cerca de US$ 18 bilhões em ativos.

Porém, muitas delas foram fechadas desde então. Os critérios para a seleção dos casos suspeitos, contudo, não serão anunciados nos próximos 90 dias, a pedido do IRS. O atraso é uma tentativa de dar tempo aos clientes do UBS para, voluntariamente, acertarem sua situação tributária. Um programa que prevê punições menores para quem tem irregularidades em contas estrangeiras recebeu várias adesões recentemente.

– Conseguimos evitar um conflito entre a soberania de dois Estados – afirmou a ministra da Justiça suíça, Eveline Widmer-Schlumpf.

O acordo respeita as leis da nação europeia e não viola o sigilo bancário, segundo ela. A ministra ressaltou que uma decisão unilateral americana poderia resultar na falência do banco. As duas partes já tinham chegado a um acerto na semana passada, mas os detalhes só foram divulgados ontem.

A decisão deve auxiliar o UBS a recuperar sua imagem, afetada depois que o governo dos EUA solicitou as informações. O anúncio definitivo dos termos também deve pavimentar o caminho para que o governo da Suíça venda sua fatia de 9% do banco. Entretanto, o UBS, segundo maior administrador de fortunas do mundo, levará algum tempo para que os estragos em sua reputação sejam esquecidos.

Apenas no segundo trimestre, o banco registrou saques de US$ 37,2 bilhões, que devem continuar por algum tempo, avaliam analistas. Nesse período, registrou prejuízo líquido de US$ 1,3 bilhão, contra prejuízo de US$ 371 milhões em igual período de 2008.

Zurique

Fonte: http://zerohora.clicrbs.com.br/zerohora/jsp/default2.jsp?uf=1&local=1&source=a2624188.xml&template=3898.dwt&edition=12952&section=1014

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